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Mesmo se houvesse mais, ela não queria saber. Todos os caminhos pelos quais enveredasse, a conduziam ao prazer de o sentir, ao deleite de o saborear. Degustava-o muitas vezes mesmo não o tendo ali. Conseguia, apenas usando a sua imaginação, apenas recorrendo à memória e às imagens repartidas pela sua mente, fazê-lo consubstanciar-se-lhe no paladar, fazendo-a escorrer e desejar tomar-lhe o gosto ensandecendo-lhe as papilas gustativas, fustigando-lhe o corpo com a vontade frenética de o ter entregue à sua boca. Gozava em pleno do direito que tinha de sonhar, de imaginar, de o acariciar enquanto se acariciava, de o lamber enquanto se tocava, de o chupar enquanto massajava o cerne da sua luxúria, de deslizar a língua em suaves mimos de prazer enquanto sentia um lago formar-se dentro de si e enlear-se-lhe nos dedos que o substituíam, que o imitavam, que o replicavam. Sabia que era refém do seu sabor, órfã de outros que o quisessem igualar. Sabia que era viciada na sua forma, no seu tamanho perfeito e da sua perícia em a manobrar. Sabia que, mesmo à distância, o poder exercido por aquele corpo, dificilmente a deixaria em repouso, dificilmente a deixaria por saciar, faminta ou saudosa. Haveria de estar sempre a querê-lo e a usá-lo, disso estava certa.