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Oh Sweet Idleness

Sobrava-lhe tempo. O dia ansiado e planeado ao mínimo detalhe havia chegado. Acordara cedo. Queria demorar-se na preparação, no ritual que fazia parte do seu subconsciente e que só o realizando fecharia a porta nas suas costas com a certeza de que nada tinha sido esquecido. O banho, relaxante e envolvente havia-lhe despertado os sentidos. Sentidos que agora estavam alerta, activos e particularmente sensíveis. Notou-o quando envolvendo o corpo no seu creme favorito, sentiu a excitação na ponta dos dedos. Trémula, não conseguiu abster-se de se tocar e constatar sem espanto que de si jorravam já os sinais do desejo que lhe preenchia a vontade. Decidiu não dar continuidade. Queria estar intacta, quase pura e dar-se plenamente. 
Cuidadosamente dispôs a roupa em cima da cama, escolhida com o máximo pormenor para agradar e despertar volúpia nos olhos que a esperavam. Os espelhos que a rodeavam mostravam a sensualidade que emanava em cada gesto, em cada rodopiar de seda e renda que aos poucos tomavam forma no seu corpo. As suas formas, esculpidas a cinzel denotavam no entanto a frieza de uma pedra.  Sabia que isso mudaria em breve. Quando as mãos que ansiava lhe moldassem as curvas, lhe aquecessem a pele e lhe incendiassem a alma. Quando os seus corpos em lava se fundissem de novo num abraço consumado de paixão e prazer. Quando a roupa que lhe embelezava a figura se tornasse secundária e apenas o toque e união dos seus corpos fosse importante.